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A filosofia atual da educação e a filosofia cristã da educação

Acad. Wagner Tadeu dos Santos Gaby (Cadeira 29)


O que significa educar?     Doupanloup, o grande mestre, responde:

            Educar é cultivar, desenvolver, exercitar, polir e fortalecer todas as faculdades físicas, morais, intelectuais e religiosas do educando.

            Educar é preparar um homem completo para a sociedade e para a eternidade.

            Educar não é apenas dar instrução, um diploma, emprego, um meio de vida. É lembrar e ensinar os princípios morais e religiosos. Lembrar que se tem uma alma imortal.

            Educação não é apenas cultura intelectual, um verniz de polidez social e uma boa cultura física.

            Educar é formar o homem todo. Dar educação integral: alma e corpo, inteligência e vontade. O corpo, pela educação física. A inteligência pela cultura. O espírito e o coração pela cultura moral e religiosa.

            Não é por falta de homens robustos, nem de muito saber que o mundo vi de mal a pior. Faltam homens de caráter, de dignidade e de fé. De cultura intelectual e física, o mundo está bem servido, faltam-nos homens de bem.

Considerando ser a Educação, um processo vital, para o qual concorrem forças naturais e espirituais, conjugadas pela ação consciente do educador e pela vontade livre do educando;

Considerando ser uma atividade criadora, que visa levar o ser humano a realizar as suas potencialidades físicas, intelectuais, morais e espirituais;

Considerando que toda a Educação se baseia numa filosofia de vida;

Verificaremos as influências nocivas que a Educação vem sofrendo, principalmente na atualidade.

Entre outras, destacaremos o Ateísmo, o Evolucionismo, o Marxismo e o Humanismo.

ATEÍSMO

O Ateísmo consiste na negação categórica da existência de Deus. Como céptico, quando põe em questão a capacidade humana de descobrir e demonstrar essa existência, e como crítico, quando contesta a validade das provas da existência de Deus.

Epicuro (341-270 a.C.), um dos principais representantes do ateísmo na Antigüidade clássica, procurando proporcionar aos homens a tranqüilidade, se propões libertá-los do temor dos deuses e do temos da morte.

“Os deuses não criaram o mundo e dele não se ocupam, não havendo porque temê-los”.

“Quanto à morte, se a dissolução do corpo acarreta a dissolução da alma, não há também por que temê-la, pois, enquanto estamos vivos, a morte não existe e, quando a morte ocorre, não somos mais”.

“Senhores da nossa conduta, não temos por que temer a fatalidade, e, afastando o temor dos deuses, da morte e da fatalidade, a alma conquista a ataraxia, em que consiste a felicidade”.

Segundo Feuerbach (1804-1872), Deus não passa de um sujeito fantástico, puro produto da imaginação humana. Diz, ainda, que o momento decisivo da história será aquele em que o homem tomar consciência de que seu único Deus é o próprio homem.

Foi em 1882 que o filósofo alemão Friedrich Nietzsche fez o célebre e terrível anúncio:  “Deus está morto”.  Falava em nome de muitos intelectuais que acreditavam que o progresso da ciências levaria a um declínio da fé religiosa – o Cristianismo vindo a ser o principal perdedor.

Ao aproximar-se o ano 1900, muitos eminentes pensadores seculares, inclusive George         Bernard Shaw e H. G. Wells, argumentavam que o raiar do século XX marcaria o fim da fase religiosa da História.

Ainda em 1957, Julian Huxley, primeiro Diretor-Geral da UNESCO, escrevia, em triunfo antecipado:

“Operacionalmente, Deus começa a parecer não um governante, mas um último e evanescente sorriso cósmico”.

Mas cá estamos, no alvorecer do terceiro milênio, e o Cristianismo está bem vivo e forte no pensamento e no coração de incontáveis crentes. E todas as evidências sugerem que ainda estará florescendo dentro de mais mil anos, pois continua a lançar novas raízes e a recuperar territórios perdidos.

EVOLUCIONISMO

Até o século XVIII, o mundo ocidental aceitava a doutrina do fixismo, segundo a qual cada espécie, animal ou vegetal, tinha sido criada independentemente, por um ato divino.

Lamarck (1809), foi dos primeiros a negar esse postulado e a propor um mecanismo pelo qual a evolução se teria verificado.

Ensinava que “fatores ambientais podem modificar certas características dos indivíduos”.

Darwin (1809-1882) foi um dos expoentes do Evolucionismo, tendo sua obra intitulada “ORIGENS DAS ESPÉCIES”, contribuído decisivamente nessa teoria.

Geração espontânea é a idéia evolucionista de que a vida pode surgir de materiais não viventes, ao contrário daquela que afirma que ela só pode surgir de um ser já vivente, que seria uma espécie de organismo gerador.

Muitas variações deste tema básico e noção especulativa foram imaginadas, tais como: rãs do lodo, bicho da carne e traças da madeira.

Segundo o Dr. George Lindsey, do Institute for Creation Research, “a idéia da geração espontânea foi sem dúvida primeiro sugerida por observações universalmente incorretas de como certos tipos mais baixos de vida apareceram em tais ambientes como terra, água e especialmente em substâncias orgânicas decadentes”.

Esta noção foi tida como fato, até que Luiz Pasteur aniquilou este conceito longamente sustentado, provando de uma vez por todas que toda a vida provém de uma vida pré-existente.

Pasteur demonstrou que até microorganismos não podiam ser espontaneamente gerados. O reconhecimento resultante que micro-organismos, como todas as mais visíveis formas de vida, são reproduzidos somente por sua própria espécie, tornou possível o estabelecimento da Bacteriologia como uma ciência precisa e sua revolucionária aplicação em Imunologia e no tratamento de doenças infecciosas”.

“Mesmo sendo um notável e perspicaz cientista, outros teriam tido a oportunidade de fazer o que Pasteur fez, se tivessem começado com a pressuposição bíblica de que coisas se reproduzem segundo a sua espécie” (Gênesis 1.11,21,24 e 25).

MARXISMO

A Filosofia Marxista é uma :”cosmovisão”: uma filosofia do homem e uma filosofia da história.

Para o Marxismo, a origem dos cosmos é a matéria e a origem do homem é a própria evolução da matéria.

Este homem, mero resultado da evolução da matéria, não tem nenhuma razão de ser, nenhum destino além do cosmos material. Emergindo da matéria, ele volta à matéria e, quando seu corpo se desintegra, nada mais resta da pessoa humana.

O único sentido de sua vida é inseri-se na evolução, na história, e preparar o advento da sociedade futura.

A RELIGIÃO COMO “ÓPIO DO POVO”.

“A miséria religiosa é,  por um lado, a expressão da miséria real e, por outro, o protesto contra a miséria real. A religião é o suspiro da criatura oprimida, o sentimento de um mundo sem coração, a alma de uma situação sem espírito. É o ópio do povo” (Karl Marx).

A RELIGIÃO COMO “ÓPIO PARA O POVO”.

“Desde os tempos mais remotos, a religião foi utilizada como força ideológica para a manutenção da ordem para o povo”.

            A diferenciação entre os conceitos marxistas de religião como sendo “ópio do povo” e “ópio para o povo” consiste no seguinte:

            A religião “ópio do povo” alude à atitude do povo que se sente oprimido na Terra, pelo sistema político e econômico, que busca espontaneamente, num Deus do céu, um sedativo, uma droga anestésica para as dificuldades da vida e para a injustiça institucionalizada em que vive.

            A religião “ópio para o povo” refere-se às classes dominantes, que movidas por seus interesses econômicos, utilizam a religião como instrumento de exploração político-social.

HUMANISMO

            O termo apareceu pela primeira vez em 1808, no livro do pedagogo alemão Friedrich Immanuel Niethammer, intitulado: “Der Streit des Philanthroopinismus und des Humanismus in der Theorie des Erziehungsunterrichts unserer Zeit” (“O conflito entre o filantropismo e o humanismo na teoria pedagógica do nosso tempo”).

            O autor entendia por Humanismo, o sistema tradicional de educação que visa à formação da personalidade total através do estudo das humanidades clássicas, em oposição às escolas pedagógicas modernas.

            Como movimento intelectual e literário, o Humanismo é uma doutrina ou corrente de idéias (de caráter filosófico e, mais particularmente, filológico) elaboradas pelos humanistas, durante o Renascimento italiano, nos séculos XIV e XV, caracterizadas pelo esforço de por em foco a dignidade do espírito humano e sua autonomia em face da revelação cristã.

            Para o Humanismo, toda a Idade Média não fora mais que um longo processo de degenerescência, e ele foi buscar na cultura clássica greco-romana, pré-cristã, as fontes de sua inspiração e os modelos artísticos, literários e científicos.

            Os humanistas, além de serem exímios imitadores dos gregos e dos romanos, iniciaram o movimento de laicização do pensamento ocidental, isto é, a rejeição da influência religiosa mantida pelo Cristianismo.

            O grande equívoco do Humanismo moderno, é o de imaginar Deus como concorrente do homem e não como a garantia mais segura de sua pela realização.

            O Humanismo moderno não entendeu ainda, o profundo sentido humanista da Encarnação, pelo qual Deus se fez homem para que o homem participasse da grandeza divina.

            Os meios educacionais hodiernos estão sendo absorvidos pelo Humanismo secular, sem que se apercebam.

            O Humanismo secular declara:

·      “Não há Deus”.

·      “Não há um destino sobrenatural”.

·      “Não há divindade que possa nos salvar”.

·      “Não há absolutos: certo ou errado. Tudo se resume na chamada ética situacional”.

·      “Se você se sente bem, faça!”.

O que mais nos preocupa, como pais cristãos é que nossos filhos estão sendo instruídos por professores desse dogma ateu e materialista.

DIFERENÇAS ENTRE O HUMANISMO SECULAR E O CRISTIANISMO

1.    O Cristianismo diz: “Só Deus é soberano”;

O Humanismo secular diz: “O homem é soberano”.

2.    O Cristianismo diz: “Fé em Deus”;

O Humanismo secular diz: “Fé no homem”.

3.    O Cristianismo diz: “A lei se origina com Deus. Os absolutos se baseiam no caráter de Deus”;

O Humanismo secular diz: “A lei se origina com o homem, sem absolutos. A lei é o que o homem diz ser”. (Daí o aborto, a perversão legalizada, o crime legalizado).

4.    O Cristianismo diz: “A liberdade do homem vem de obedecer os mandamentos de Deus”;

O Humanismo secular diz: “O alvo de liberdade do homem vem pela negação da necessidade de Deus”.

5.    O Cristianismo diz: “Todas as autoridades são ordenadas por Deus. São ministros de Deus”. (Os governantes, os políticos, os juízes, as demais autoridades deveriam ser efetivamente ministros de Deus para cumprirem os editos de Deus!).

O Humanismo secular diz: “O governo é do povo, pelo povo e para o povo. Os eleitos são servos da maioria”. (Se a maioria quiser matar milhões de crianças por ano, faça-o).

6.    O Cristianismo diz: “O homem foi criado à imagem de Deus, portanto é responsável à Ele por suas ações”;

O Humanismo secular diz: “O homem evoluiu da matéria, impessoal, evolução, por um tempo prolongado, portanto não é responsável a ninguém”.

7.    O Cristianismo diz: “O homem se submete a Jesus Cristo”;

O Humanismo secular diz: “O homem se curva diante de um deus que ele mesmo criou”.

8.    O Cristianismo diz: “O céu na eternidade é prometido aos crentes”;

O Humanismo secular diz: “O céu na terra pode ser ganho pelo homem”.

9.    O Cristianismo diz: “O homem aprende pensando de acordo com os pensamentos de Deus e a verdade é revelada na Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus”;

O Humanismo “secular diz: “O homem aprende só pela razão. Se algo não é razoável, não pode ser verdade”.

10. O Cristianismo diz: “O problema do homem é o pecado e ele precisa ser criado de novo”;

    O Humanismo secular diz: “O problema do homem é a sociedade e ela precisa ser mudada pelo homem”.

11. O Cristianismo diz: “A Família é a nossa instituição básica”;

        O Humanismo secular diz: “A Família é antiquada. O indivíduo, o Estado são básicos”.

            O Humanismo tem tido um grande avanço, nos mais diversos segmentos da sociedade, e, como resultado da permissividade que nego o Deus da Bíblia, pode-se notar sua influência na Educação Sexual completamente desvirtuada de seus propósitos, a ponto de educadores humanistas incentivarem crianças à experiências sexuais antes do casamento, induzirem-nas à prática da masturbação e alguns, até apresentam o homossexualismo como sendo normal, natural e saudável.

            O Humanismo secular tem penetrado até mesmo nas igrejas com o intuito de trocar a religião revelada por religião social.

            O Humanismo secular não mede esforços para desacreditar a Bíblia, insistir da necessidade e maturidade intelectual que não necessita de uma “muleta religiosa”; eliminar a oração ou outra expressão religiosa qualquer nas escolas, sob o pretexto de que isso viola o princípio da separação entre a Igreja e o Estado.

CONCLUSÃO

            Vivemos um século terrível de guerras e destruição precisamente porque homens poderosos usurparam as prerrogativas de Deus.

            O século XX foi denominado o Século da Física, inaugurado pelas teorias especial e geral de Einstein. Durante esse período, a Física tornou-se a ciência dominante, produzindo a energia nuclear e as viagens espaciais.

            O século passado também gerou a Engenharia Social – a prática de mover grandes massas de seres humanos de um lado para outro, como se fossem terra ou concreto.

            A Engenharia Social foi uma característica-chave dos regimes totalitários nazista e comunista, onde se combinou com o Relativismo Moral – crença de que o certo e o errado podem ser modificados segundo a conveniência das sociedades humanas – e a negação dos direitos de Deus.

Para Hitler, “a lei maior do partido” tinha precedência sobre os Dez Mandamentos.

Lenin louvava a “consciência revolucionária” como guia mais seguro para a humanidade do que a consciência inculcada pela religião.

Com o fim do século XX, a Física não é mais a ciência da moda. Seu lugar foi ocupado pela Biologia, desde a descoberta da estrutura em dupla hélice do DNA, EM 1953, POR Watson-Crick, e o nascimento da moderna ciência da Genética.

Nos últimos cinqüenta anos, muitos segredos da vida foram revelados. Agora estamos no século XXI. O século da Biologia, que nos ameaça com experiências em grande escala da Engenharia Genética – não apenas em plantações e animais, mas também em seres humanos.

Alguns cientistas acreditam que o recém-adquirido conhecimento dos genes nos oferece a oportunidade de transformar o Evolucionismo em direções mais “progressistas”, tornando as pessoas mais sadias, mais inteligentes e longevas.

Portanto, o terceiro milênio poderá começar com seres humanos clonados, “bebês projetados” e outras demonstrações de que o homem tem hoje o poder de brincar de Deus.

Diante desse panorama científico, é confortador lembrar que o Cristianismo, com sua mensagem essencial de submissão a um ser superior, permanece tão forte e expressivo.

As palavras de Jesus criaram um conjunto de fé e moral que permitiu à humanidade derrotar a Engenharia Social e hoje fornece defesas contra a ameaça da Engenharia Genética.

            Urge que se levante um grande exército de educadores que estejam realmente comprometidos com Deus e com a Educação, para fazer frente a essas influências maléficas.

            Ruy Barbosa disse que aqueles que se dedicam à missão de ensinar, principalmente de ensinar à juventude, deveriam fazê-lo de joelhos, porque é um sacerdócio.

            Ser mestre é ser modelo vivo, é ser exemplo permanente. O mestre fala mais pelo exemplo do que pelas palavras.

            Dizia o literato Padre Vieira  em seus sermões:

“As palavras ouvem-se e as obras vêem-se. As palavras entram pelos ouvidos e as obras entram pelos olhos. A alma rende-se mais pelo olhos que pelos ouvidos. As ações, a vida, o exemplo, as obras, são as que convertem o mundo”.

            Que o nosso divino Mestre, Jesus, possa medrar esta pequena semente  que está sendo lançada neste dia.



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