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“Ansiedade, o mal deste século. Oração, arma de combate”

Pr. Daniel Aguiar (Membro Correspondente)


Artigo


Devocional da plenária de junho de 2019


Texto-base: Filipenses 4.4-8 (AEC).


Introdução:


O apóstolo Paulo escreve esta epístola dentro de uma prisão com o julgamento marcado. Neste contexto, ele recebe a revelação divina para dirigir uma mensagem aos cristãos da colônia grega de Filipos, igreja fundada por ele, há cerca de dez anos, durante a sua segunda viagem missionária (At 16.11-40).A distância entre as igrejas e a condição atual do missionário o impossibilitou de atender a todas, por esta razão ele comumente enviava cartas. O promissor obreiro Timóteo é incumbido de levar esta mensagem àquela igreja composta por cristãos cuja maioria era de origem grega.

Vale salientar que o objetivo central do “pai das missões”, nesta epístola, não era o de exortar aquela crescente igreja, mas agradecer aos filipenses pela contribuição que enviaram e incentivá-los a permanecerem “firmes no Senhor”(4.1).

Compreendendo o progresso daquela comunidade cristã, Paulo convida a jamais permitir que a tristeza os domine e os convida a se alegrarem em Deus. Também orienta-os a serem justos em seu proceder para com os outros e, mais adiante, a não permitirem que a ansiedade prevalecesse contra eles, mas que ela fosse vencida por intermédio da oração a Deus, que resultaria numa paz perfeita que protegeria os seus pensamentos de tudo o que é negativo.

Verdadeiramente a Bíblia é o livro da oração e sobre isso esse artigo se desdobra.

1 – “Regozijai-vos sempre no Senhor...” (v.4)

Paulo se preocupou com a manutenção da felicidade daqueles cristãos. Por esta razão, convida-os a se alegrarem. Tal alegria não se basearia em momentos terrenos de louvor aos prazeres carnais, mas “no Senhor”,a fonte inesgotável de toda felicidade. Ele queria tanto enfatizar tal necessidade que ele reitera:“Outra vez digo, regozijai-vos”.

É do conhecimento de todos que o mundo vive uma tristeza como nunca dantes vista. Há um vazio nas pessoas que buscam desenfreadamente satisfazê-lo com coisas banais que só iludem. Entretanto, há uma alegria indescritível, porém real, que só pode ser preenchida por Deus. O filósofo russo Fiódor Dostoiévski certa vez escreveu uma frase que se encaixa perfeitamente neste contexto: “Existe no homem um vazio do tamanho de Deus”.

O mundo hodierno está triste. Nunca se viu uma época de tamanho louvor à depressão e ao suicídio como em nossa era. Alguns casos de famosos recebem tantos louvores que os transformam em mártires da causa dos que não tiveram coragem de dar cabo de suas vidas, mas se tornaram incentivados por seus “ídolos”.

Compreende-se que não há escape para tal embaraço senão na pessoa de Cristo Jesus. Paulo insiste que todo salvo precisa se alegrar, regozijar, independentemente das circunstâncias, mas assumir a postura de Habacuque: “... todavia me alegrarei no Senhor...”(3.17,18).

2 – “Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor.” (v.5)

Nesta ocasião, Paulo os conduz a serem justos em suas ações e que esta justiça seja em tudo plena e vista por todos os homens. O que o apóstolo queria era que os irmãos desenvolvessem um testemunho que condissesse com a sua pregação e que esse testemunho fosse observado por quem os observava. A situação é tão urgente que Paulo salienta que “Perto está o Senhor”.Esta afirmação pode ser aplicada de modo a entender que Deus está perto de nós observando a nossa conduta como também perto de nos levar para Si.

Da mesma forma, todos os cristãos devem desenvolver empatia e olhar para os outros não com a ótica da religiosidade sim da humildade, compreendendo o momento de cada um e ajudando-o a se levantar.

3 – “Não andeis ansiosos...pela oração... sejam as vossas petições conhecidas...” (v.6)

Segundo a escritora Elaine Cruz, em seu artigo “A cultura suicida”:“Os dias atuais estão cada vez mais estressantes, gerando um alto número de doenças emocionais e mentais...”

A ansiedade é conhecida como o mal deste século. Augusto Cury muito fala sobre este tema.

Trata-se de um sofrimento por antecipação por algo irreal. Neste contexto o indivíduo se desgasta e se enfraquece emocionalmente. Este é o reflexo daqueles que não conhecem a Cristo, pois se preocupam com o amanhã, não compreendendo que Deus é quem nos garante o futuro.

Paulo recomenda que, para o ser humano vencer a ansiedade, um caminho precisa ser trilhado – converter os seus problemas em oração.

Há uma gama de pessoas que na atualidade tem os seus problemas conhecidos por todos, no entanto jamais os apresentaram ao Senhor. O apóstolo está afirmando que o cristão não deve estar ansioso “por coisa alguma”. O apóstolo Pedro falando aos irmãos os conduziu a “lançar sobre Ele (Deus) toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós” (1Pe 5.7).

Todas as petições e dificuldades do homem devem ser depositadas diante de Cristo. Tudo o que preocupa, entristece e deixa ansioso precisa ser abandonado, sendo convertido em oração, fazendo-o conhecido diante do Senhor.

Todos os que recorrem a Cristo em momentos como estes estão com a mente perturbada por conta de suas dificuldades, todavia ao se prostrarem diante de Deus, tem como resultado o equilíbrio que só Ele pode dar.

4 – “E a paz de Deus que excede todo entendimento...” (v.7)

Uma das grandes consequências da ansiedade é o desequilíbrio. A mente do indivíduo se encontra em extremo desespero e turbação. Não há serenidade em seu interior e exterior. Por esta razão procura se enclausurar ou, como em grande parte dos casos, ingerir remédios para aliviar a ansiedade. No entanto, seus efeitos são rasos e não permanentes.

Paulo afirma, sob orientação do Espírito Santo, que não há recurso melhor e mais eficaz do que a oração. No discurso paulino, compreende-se que quando aquele que sofre de ansiedade entra na dimensão da oração, seu estado é de completo desespero, todavia ele não ingere nenhuma substância humana, mas apresenta a Deus a sua causa e esse Deus, que é fiel, lhe concede a “paz”. Ele entra aflito, mas sai sereno, entra desesperado e sai calmo, abrandado pelo Consolador. Uma paz inunda o seu ser e ele adquire o equilíbrio dantes não visto.

Não há psicólogo que explique tal providência divina. Não há filosofia religiosa que a decifre, pois já está escrito: “excede todo o entendimento.”

O mundo está perturbado, as pessoas estão agitadas mental e fisicamente, porém Jesus oferece a paz permanente:“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.”(Jo 14.27).

5 – “Protegendo a mente” (v.8)

Após o indivíduo apresentar ao Justo Juiz a sua causa por intermédio da oração, o Bondoso Deus lhe concede a Paz indelével. No entanto, compete ao cristão contribuir para a manutenção desta Paz protegendo o seu psicológico de todo pensamento de infelicidade. O apóstolo convida a todos a refletir sempre sobre tudo o que é justo, puro, amável, de boa fala, que há virtude e algum louvor. Ele frisa no final ao escrever “... nisso pensai”.

Faça como Jeremias que, diante dos escombros de Jerusalém, reuniu forças em Jeová e não permitiu que a tristeza o dominasse, mas deixou registrada a sua postura“Disso me recordarei no meu coração; por isso tenho esperança”(Lm 3.21).

Conclusão:

A ansiedade, a depressão, as síndromes, muitas outras doenças psicossomáticas e o suicídio têm sido visto com grande normalidade em nossa era. A indústria de remédios para tais fins tem crescido vertiginosamente. O mundo necessita e clama pelo socorro divino. Tudo isso reflete a falta de comunhão com o Senhor. A oração é o meio de contato com os céus e é isso que o homem precisa desenvolver, como diz Gregory Frizzell, uma vida poderosa de oração.

📷Que Deus, a cada dia, fortaleça os seus filhos através da oração, pois somente por meio dela alcançamos a comunhão diária com o Criador e seremos orientados a vencer as ”astutas ciladas do diabo”.

Pr. Daniel Aguiar

Membro Correspondente

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