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Eu, a poesia!

Acad. Ruth Vianna (Cadeira 39)

Quando nasci?

Não sei.

Nisso eu jamais pensei.

Acho que foi no momento da Criação,

no imenso vazio daquela escuridão...

que eu ali surgi.

Como sou?

Tenho todos os estilos e formas.

Deixo você me descobrir... me sentir.

Assim eu sou!

Se tenho cor?

Sim, posso ter todas!

Mas, às vezes, sou tão transparente,

que até mesmo no verso mais quente

chego a ser incolor.

De onde eu sou?

Sou do infinito!...

Desse universo imenso!... Tão bonito!

Não tenho fronteiras, nem bandeiras.

Assim eu sou!

A quem pertenço?

A você, que me lê e com a alma me vê;

que me faz virar canção e também oração.

A você, que me cria,

e com rima ou sem rima

faz de mim fantasia...

A você, que transforma meus versos em perdão;

desintegra-me e me veste de ilusão.

Assim eu sou!

No vaivém das ondas e no brilho das estrelas,

você me vê.

No fiel da balança e no sorriso da criança,

você me vê.

No pássaro que brinca em seu ninho,

ou num simples gesto de carinho,

você me vê.

Nas águas cristalinas de uma fonte,

e até no azul que se perde no horizonte,

você me vê.

Nas lágrimas que jorram sempre mais

nessa busca contínua pela paz,

você me vê.

Nos campos de batalha, na bomba que lhe cala;

ou, quem sabe, naquele sonho que o embala,

você me vê.

Assim eu sou!

Vivo na terra, na Via Láctea, no mar,

no balé do beija-flor, na essência do amor.

Sou lazer, sou prazer! Sou noite e sou dia.

Sou vida colorida que desliza... e a alma eterniza.

Sou a vitória, a glória, a confiança, a esperança.

Sou correnteza e calmaria. Sou tristeza e alegria.

Sou eu, a poesia!!!



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